Uma poesia  do Vieira Calado
 
 Atenta  nesta paleta de cores
estes sinais  de opulência de luz breve
...símbolos  que acordam a manhã dos nossos olhos
para  a flor do sol
que  insistem na múltipla transfiguração
das imagens  que dão forma às  nossas vidas;
repara no preto e no branco
como  se a sinfonia  dos acasos
não fosse mais que a sinfonia dos ocasos
ou  no  azul que desfalece
os matizes infindáveis do cinzento
que vai  nos  olhos, no sangue de cada um
porque é o sol magenta dos  alvores  matinais
que trai os sonhos da madrugada
a reflexão das  cores e  do entendimento.
Vê como o verde decai
em tonalidades   martirizadas pelo ocre e o amarelo
sustentando a linha melódica dos   barros;
Observa a cor do céu na fria latitude
dos gelos   glaciares
na transparência da água dos oceânos
resolvida em   anémonas e corais de luz.
Atenta no rosa dos frutos da primavera
entre   as folhas a captar o sol
para a maturidade corrompida pelo granizo
onde   a imagem da noite baila
no esmorecimento das cores e a sua ausência
o   negro
o presente persistindo
curvado à sapiência do eterno.
Atenta   nas cores
e ouve o timbre os tons da música
capazes de trazer   violetas e rosas ao patamar da euforia
o clímax de cores de   carmim e rosa
em púrpura desfeita virgindade
na face da menina já   mulher.
Lê a tua sina em esmeraldas
e em rubis cristalizados
proscritos   até ao fim do tempo
ou o ébano das noites frias envenenando
o   frio diáfano de ametistas e turquesas
que resolvem a cinza em azul e   oiro
e vê como tudo se encaminha para um grande abraço
num   arco-íris que vincula a terra à terra
o sangue ao rubro sangue das   entranhas dum vulcão
que derrama todas as cores,
os símbolos e os   signos
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Um comentário:
A poesia do mestre como inicio,comecei bem.
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